Técnico em Enfermagem: curso, mercado de trabalho e áreas de atuação
Neste mês de maio, comemora-se o Dia do Técnico em Enfermagem. Por isso, preparamos este post especial com várias informações sobre o curso e áreas de atuação para os profissionais técnicos em enfermagem. Afinal, como é o curso? Quais são as áreas de atuação? Como é o mercado de trabalho?
Em primeiro lugar, vale destacar que a área da Saúde constitui um importante setor no mercado de trabalho do país. Conforme dados do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), para cada enfermeiro com graduação empregado no Brasil, existem aproximadamente três profissionais de nível técnico empregado, sendo uma das profissões mais procuradas nos anos de 2020 e 2021.
Como é o curso Técnico em Enfermagem
Com 1600 horas, o curso Técnico em Enfermagem é composto por 16 unidades curriculares, sendo em cada uma abordadas as seguintes questões:
(1) Executar ações de prevenção, promoção, proteção, reabilitação e recuperação da saúde
(2) Participar da implementação da sistematização da assistência de enfermagem
(3) Administrar medicamentos, soluções e imunobiológicos
(4) Estágio profissional supervisionado – promoção à saúde
(5) Prestar cuidados de enfermagem de higiene, conforto e monitoramento das condições clínicas
(6) Prestar assistência de enfermagem em saúde mental
(7) Estágio profissional supervisionado – cuidado integral de enfermagem
(8) Prestar assistência de enfermagem no período gestacional, parto, puerpério e ao recém-nascido
(9) Prestar assistência de enfermagem no período perioperatório
(10) Estágio profissional supervisionado – cuidado especializado de enfermagem
(11) Atuar em programas de qualidade e certificação hospitalar
(12) Administrar medicamentos de alta vigilância e hemocomponentes
(13) Prestar assistência de enfermagem em urgência e emergência
(14) Prestar assistência de enfermagem em cuidados críticos
(15) Prestar assistência de enfermagem em cuidados paliativos
(16) Estágio profissional supervisionado – cuidado crítico, urgência e emergência em enfermagem
Competências
Assim, o curso é voltado para desenvolver as seguintes competências no profissional Técnico em Enfermagem:
Executar ações de prevenção, promoção, proteção, reabilitação e recuperação da saúde;
Participar da implementação da sistematização da assistência de enfermagem;
Administrar medicamentos, soluções e imunobiológicos;
Prestar cuidados de enfermagem de higiene, conforto e monitoramento das condições clínicas;
Prestar assistência de enfermagem em saúde mental;
Prestar assistência de enfermagem no período gestacional, parto, puerpério e ao recém-nascido;
Prestar assistência de enfermagem no período perioperatório;
Atuar em programas de qualidade e certificação hospitalar;
Administrar medicamentos de alta vigilância e hemocomponentes;
Prestar assistência de enfermagem em urgência e emergência;
Prestar assistência de enfermagem em cuidados críticos;
Prestar assistência de enfermagem em cuidados paliativos.
Atuação nos ambientes intra e extra-hospitalar
Nesse sentido, o Técnico em Enfermagem poderá atuar tanto em ambiente intra como extra hospitalar. No ambiente intra-hospitalar, pode atuar na assistência direta e indireta aos clientes das unidades de baixa, média, alta complexidade e de cuidados paliativos; participar de comissões de certificação de serviços de saúde, tais como núcleo de segurança do paciente, serviço de controle de infecção hospitalar, gestão da qualidade, gestão de riscos, comissões de ética de enfermagem, transplantes, óbitos e outros.
Já no ambiente extra-hospitalar pode atuar em diferentes tipos de instituições, tais como ambulatórios de especialidades médicas, centros de parto normal, unidades de pronto atendimento, centros de educação infantil, escolas, instituição de longa permanência e centro de referência de atenção à saúde; atua, ainda, em instituições que prestam atendimento pré-hospitalar e serviços de diagnósticos, de resgate, remoção e transporte de clientes e em programas de saúde pública como Estratégia de Saúde da Família.
Mercado de trabalho para o Técnico em Enfermagem
De acordo com a coordenadora dos cursos da área da Saúde do Senac Santana do Livramento, Fernanda Lopes Teixeira, a formação do profissional Técnico em Enfermagem é amplamente procurada em todas as regiões do Brasil. A demanda demonstrou um aumento significativo em função da pandemia de Covid-19. “Foi um momento importante de valorização para essa categoria, o que a evidencia como uma profissão sempre constante no mercado de trabalho”, salienta.
Áreas de atuação na área da Saúde
A coordenadora destaca que o técnico de enfermagem é essencial em ações de prevenção e promoção da saúde. Além disso, menciona a aptidão que esse profissional terá no atendimento: “Está apto para atendimento de pacientes com necessidades de saúde em âmbito hospitalar, clinicas médicas e de enfermagem, laboratórios, serviços domiciliares, entre outros”.
Especializações técnicas- área da Enfermagem
Entre as possíveis especializações técnicas, podem ser citadas como mais comuns:
– Especialização Técnica em UTI e Especialização Técnica em Atendimento de Urgência e Emergência – atendimento ao paciente crítico.
– Especialização Técnica em Instrumentação Cirúrgica – atendimento do paciente em período operatório, sendo essencial ao andamento do procedimento cirúrgico.
– Especialização Técnica em Enfermagem do Trabalho – atendimento à saúde dos trabalhadores no ambiente ocupacional.
“É importante que, durante o curso, ou mesmo após a finalização, o profissional em formação ou já formado consiga identificar as áreas de atuação que mais fazem sentido dentro do seu entendimento de prestação de cuidados. Dessa forma, as especializações são áreas possíveis que trazem um aprimoramento preciso com relação às necessidades do paciente, capacitando para um olhar mais humano sobre o paciente”, comenta a coordenadora.
Atuação na prática na área da Enfermagem
Natural de Santana do Livramento, Fabiano Fialho tem 29 anos e formou-se técnico em enfermagem em 2019 pelo Senac de seu município. Também tem especialização técnica em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo Senac Saúde.
Trabalha na área desde formado e atuou em alguns hospitais em Porto Alegre como Instituto de Cardiologia e Hospital Moinhos de Vento, nas unidades de emergência e Centro de Terapia Intensiva (CTI) adulto. Atualmente, trabalha na Santa Casa de Porto Alegre, na UTI clínica e cirúrgica do Pavilhão Pereira Filho, que são unidades especializadas e referências latino-americanas em pneumologia e cirurgia torácica.
O técnico em enfermagem surgiu para Fabiano após uma situação pessoal. Ele era acadêmico de Relações Públicas na UNIPAMPA do campus São Borja e estava no primeiro semestre quando precisou trancar o curso por causa do AVC de sua mãe. Por ser filho único e a pessoa em que ela mais confiava, ele precisou ajudar nos cuidados.
Durante esse período em que ficou internada no hospital, sempre esteve envolvido com o pessoal da enfermagem. Sem perceber, já estava se inserindo na área. “Quando minha mãe teve alta, levei junto comigo todas as referências que tive dentro do hospital durante a internação dela. Eu dava banho no leito, trocava fralda, medicava, verificava sinais, observava a fisioterapia e depois repetia os exercícios com ela”, conta.
Logo após passar por uma cirurgia cardíaca em decorrência de um problema prévio que tinha, a mãe de Fabiano não resistiu e faleceu. Depois de um tempo, Fabiano pensava em voltar para o curso de Relações Públicas, mas as coisas já não eram mais da mesma forma: “Comecei a pensar na enfermagem como profissão, pesquisei muito sobre, conversei com algumas pessoas e tomei a decisão de que essa era de fato a profissão que eu queria para mim”.
Durante o último semestre do curso no Senac, já pensava no período pós-formado. Decidiu que não ficaria em Santana do Livramento e se mudaria para Porto Alegre, onde já tinha pesquisado e constatado que as oportunidades eram maiores. Dessa forma, começou a mandar vários currículos para diferentes lugares da capital.
Inicialmente, morou na casa da amiga Vitória até que conseguisse uma oportunidade e pudesse se organizar de fato. Dias depois, foi chamado para um processo seletivo na Santa Casa de Misericódia de Porto Alegre. Era uma vaga para trabalhar no transporte de pacientes do complexo, sua primeira oportunidade profissional.
“Para mim era um ótimo começo, pois estava trabalhado com enfermagem, em um dos hospitais mais conceituados e referência em todo o Eestado. Fiquei no complexo durante 1 ano e 2 meses. Pouco tempo depois, surgiu a oportunidade de fazer parte da equipe da emergência do Instituto de Cardiologia, onde eu abracei com toda força também”, lembra.
Depois de outras oportunidades profissionais, voltou para o hospital Santa Casa. “Dentre as funções que exerço estão: assistência especializada a pacientes pós-operatório de cirurgia torácica com a grande maioria voltada para pacientes com patologias pulmonares e assistência especializada a pacientes que se submetem a transplantes pulmonares. Trabalhamos com terapias invasivas e de alta complexidade como, por exemplo, a terapia de oxigenação extracorpórea (ECMO), que também foi muito utilizada durante os picos da pandemia da COVID-19 em pacientes graves”, explica.
Fabiano acredita que trabalhar com saúde, com pessoas em situação vulnerável, exige muito. Para ele, a enfermagem é amor, cuidado, carinho, dedicação, empatia e paciência.
“Trabalhar na área exige muito do profissional não só fisicamente, mas também psicologicamente. Nós lidamos com diversas situações, com todos os tipos de sentimentos. Considero que, apesar de muitas vezes vivenciarmos situações pesadas, o sentimento de chegar em casa e saber que entregamos o nosso melhor, que ajudamos a salvar alguém, não tem preço“, finaliza.
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