Como buscar uma oportunidade de emprego sem experiência?

Buscar por uma primeira oportunidade em um cenário econômico favorável já é uma tarefa desafiadora para muitos jovens. Quando falamos em um cenário de crise e de pandemia, o desafio pode ser ainda maior. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2019 o Brasil tinha 47,2 milhões de jovens de 15 a 29 anos. E apesar de corresponderem a menos de um terço da força de trabalho, eles representavam mais da metade dos desocupados (54%). E um dos grandes desafios é: como buscar uma oportunidade de emprego sem experiência? 

Barreira no mercado

Um dos grandes dilemas relatados pelos jovens é justamente esse: “pedem experiência, mas não querem dar a oportunidade para que eu obtenha essa experiência, e assim fica cada vez mais difícil”.  Para driblar essa dificuldade, a docente do Senac Litoral e especialista em Gestão de Pessoas Melissa Webler dá as dicas. 

Formatação do currículo

Antes de falar de experiência e qualificação, é necessário lembrar da importância de uma boa apresentação de currículo. O ideal é que ele seja de uma página, contendo o nome do candidato à vaga como “título”. Ao invés do ultrapassado curriculum vitae e suas variantes, não é necessário escrever curriculum vitae em um currículo.

Dica: o bom é escolher modelos simples, mas bem organizados que separem cada seção e utilizem-se de tópicos: nome do candidato, dados, experiências, cursos, habilidades.

Como colocar as experiências no currículo

Mesmo alguém sem experiência tem alguma habilidade que pode ser apreciada pelo recrutador como, por exemplo, o fato de o candidato ter sido representante de turma ou ter participado de algum projeto na sua escola ou cidade. Experiências como essas podem demonstrar que o candidato possui liderança, responsabilidade, comprometimento e engajamento em equipe. A valorização do currículo começa pela sua própria apresentação e atenção ao que pode ser acrescentado como informação complementar. 

Portanto, liste essas experiências como trabalho voluntário, participação em grupos comunitários e considere-as ao construir o seu currículo

trabalho voluntário

Além da experiência: competências interpessoais

É fato que muitas empresas buscam que os candidatos tenham experiência e habilidade técnica na área em que pretendem atuar, mas, por outro lado, existem empresas que preferem formar seu próprio capital humano, ou seja, preferem alguém sem experiência para ensiná-lo de acordo com a cultura da empresa.

Então, o que as empresas buscam, primeiramente, é que os candidatos tenham bem desenvolvidas as suas competências interpessoais. O que conta muito são as boas maneiras, o trato social, ser organizado, simpático e proativo. Existe uma frase de Peter Drucker que diz que “as pessoas são contatadas pelas suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos”. Desse modo fica claro o que as empresas exigem além da competência técnica.

Vamos evitar os erros comuns?

A docente Melissa relata que alguns comportamentos podem comprometer o desempenho dos jovens na busca pelo primeiro emprego. “Alguns jovens são muito tímidos, seja por traço de personalidade ou pouca experiência, e isso acaba atrapalhando na hora de concorrerem a uma vaga, pois não conseguem demonstrar suas capacidades por meio de uma entrevista. Outra coisa que dificulta é não cumprir protocolos básicos da etiqueta social: saber vestir-se adequadamente, ser organizado, não mascar chiclete, não mexer no celular durante a entrevista, etc”, complementa.  

Busque vestir-se adequadamente

Não é necessário vestir-se formalmente. O mais indicado é você conhecer o local antes e como as pessoas que trabalham lá se vestem para poder seguir um padrão semelhante. Na dúvida, escolha uma calça jeans uma blusa de cor neutra e um sapato fechado que combine, nada de extravagâncias.

Procure se informar sobre a empresa

A dica é buscar informações sobre a empresa e o cargo em que deseja atuar e buscar ficar calmo para o momento da entrevista. O próprio Max Gehringer, especialista em carreira, diz que processos seletivos não são como receitas de bolo e o que pode agradar a um recrutador pode não agradar ao outro. Portanto, a última dica é: faça quantos processos seletivos forem necessários até que você adquira segurança ou seja contratado, não desista!

Por fim, mostre que você quer evoluir buscando qualificação profissional

A valorização do currículo passa pela qualificação profissional. É importante ter formação técnica e acadêmica. “Recomendo não só aos meus alunos, mas a todos os profissionais, que jamais parem de se qualificar”, acrescenta Melissa.

Por isso, a professora ainda destaca: “façam cursos livres sempre que possível, aperfeiçoem-se em atendimento, marketing digital, negócios digitais, mídias sociais para negócios, comércio eletrônico, design gráfico entre outros cursos voltados para aplicações em dispositivos móveis, notebooks e computadores.

O mercado está cheio de oportunidades e muitas vezes os jovens não percebem que aqueles vídeos com efeitos, as imagens legais e os logos que fazem “brincando” na internet poderiam ser uma fonte de renda.

Existem muitos sites de trabalhos freelancer que precisam de pessoas que façam logotipos, vídeos, locuções, desenhos gráficos e até apresentações em power point. Olhar para essas habilidades tecnológicas é importante e pode auxiliar e muito as futuras empresas em que forem trabalhar. “Por isso, minha dica é fazer os cursos de qualificação e reservar um espaço do currículo para relatar essas habilidades”, finaliza MelissaE o Senac-RS tem diversos cursos em muitas áreas do conhecimento, para desenvolver diferentes habilidades.

Aproveite as sugestões e não se preocupe: buscar uma oportunidade de emprego sem experiência pode levar tempo, mas com dedicação e persistência, a oportunidade chegará.

Sobre a docente: Melissa Webler dos Santos

Graduada em Administração (ULBRA), pós-graduada em MBA Gestão de Pessoas e Liderança (FELS), pós-graduada em Docência no Ensino Superior (PUCRS). Possui qualificações em Administração de RH, Direito do Trabalho, Departamento pessoal e Reforma Trabalhista.

É empreendedora e professora da área de Gestão do Senac Litoral, atua nos cursos “Preparando-se para o Primeiro Emprego, Aprendizagem Profissional em Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Técnico em Administração, Ferramentas de Marketing Digital e Facebook Marketing.  

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