Verão chegando: cuidados com a conservação dos alimentos

Com a chegada do verão e das altas temperaturas, os cuidados com a conservação dos alimentos precisam ser redobrados. É essencial saber a importância que as boas práticas têm no cotidiano da cozinha de casa ou do restaurante e, principalmente, o quanto elas garantem uma vida mais saudável e livre de bactérias ou doenças.

A nutricionista e docente do Senac Lajeado Cássia Geib esclarece as principais dúvidas sobre esse tema e dá dicas de como conservar os alimentos por mais tempo. Confira:

(1) Quais os principais cuidados que devemos ter ao manusear os alimentos?

Os alimentos exigem cuidados desde a sua compra até o seu preparo. É muito importante avaliar a data de validade do produto, as condições de higiene do local onde se adquire os alimentos quanto à temperatura de armazenamento, principalmente dos alimentos in natura, cuidados com a higiene pessoal no momento de manipular os alimentos bem como a temperatura e tempo de cocção.

(2) Quais os cuidados que devemos ter com alimentos diferentes, como: frutas, legumes, verduras, carnes, etc?

Algumas frutas e verduras não devem ser armazenadas juntas devido à liberação de uma substância química chamada de gás etileno, que é responsável pela maturação de frutas. E este gás acaba acelerando o amadurecimento de outros alimentos. Exemplo: não armazenar maçã e banana juntas, cebola com batatas e assim com outros alimentos. Outro detalhe é que se orienta armazenar estes alimentos na refrigeração já higienizados.

Quanto às carnes em geral, essas devem ser refrigeradas sob temperatura de até no máximo 5°C, por ser um produto bem perecível e com alta carga de microorganismos (bactérias) e com a temperatura baixa. A proliferação dessas bactérias se mantém inativa ou estável, deixando o alimento seguro para o consumo.

(3) A troca de ambiente, temperatura e luz influencia na preservação dos alimentos?

Sim, influencia. Tanto que alguns alimentos são embalados em atmosfera diferente, no caso substituem o oxigênio por gás carbônico, e isso inibe a proliferação de bactérias indesejadas. Determinadas embalagens também permitem a passagem da luz para o alimento e com isto diminuiu a sua vida útil, no caso das embalagens plásticas transparentes e garrafas pet. Já as temperaturas mais quentes entre 30°C e 45°C podem deteriorar os alimentos.

(4) Atualmente, ainda dentro do contexto da pandemia, quais os cuidados redobrados ou novos que foram adquiridos e devem ser mantidos daqui para frente?

As entidades internacionais de controle sanitário de alimentos indicam que não existe transmissão da Covid-19 por meio dos alimentos. Desta forma, ela não é considerada uma Doença Transmitida por Alimentos – DTA.

Alguns cuidados que podem ser adotados durante a manipulação de alimentos: utilizar máscara, o que evita que gotículas de saliva caiam sobre os alimentos. Objetos e superfícies que entram em contato com alimentos podem contaminar o mesmo. Por isso devem ser bem higienizados e com maior frequência.

(5) Quais os utensílios/acessórios ideais para manuseio dos alimentos? (ex.: pegador, luvas, etc).

Os utensílios devem ser de materiais inoxidáveis e que não transmitam odor para os alimentos, no caso o inox é o material mais adequado ou o polipropileno. Não se recomenda o uso de utensílios de madeira na cozinha, pois este é poroso e não permite a higienização correta.

O ideal é não utilizar luvas para manipular alimentos, mãos bem limpas já é o suficiente. Caso queira fazer o uso de luvas, o material adequado é o de nitrila, que tem uma resistência maior e não transmite contaminação do material para o alimento, como no caso as de látex. A luva deve ser trocada com frequência e sempre que trocar de tarefa. Não se deve utilizar a mesma luva para manipular os alimentos crus e cozidos.

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